segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Atletas do líder lamentam o tropeço, mas já pensam no próximo jogo

Da Redação
Angel Drumond
Os jogadores do Cruzeiro lamentaram o revés para o rival no clássico desta tarde no Mineirão. O pensamento de todos foi de que o Cruzeiro jogou melhor a partida e por infelicidade não conseguiu concluir as chances criadas de gol, que poderiam ter mudado a história do placar adverso.
“O nosso time foi melhor no jogo todo, saiu atrás no placar, foi empolgado pela sua torcida, buscou o empate, mas por uma fatalidade acabamos tomando o gol. Injustiça mesmo, mas não muda nada, o São Paulo perdeu e continuamos o trabalho sério aqui no Cruzeiro”, disse o volante Lucas Silva.
Para o atacante Alisson, autor de um belo gol no jogo, o Cruzeiro foi o dono da partida, porém o rival foi eficiente nas únicas chances criadas, ao contrario da Raposa, que criou bastante, mas pecou na hora de finalizar.
“Às vezes o futebol é muito injusto, nosso time jogou melhor, colocou duas bolas na trave, perdemos várias chances e eles acertaram as únicas bolas que chegaram ao ataque”, disse Alisson.
Para o lateral-esquerdo Egídio, o time não pode deixar que a derrota atrapalhe os planos da equipe estrelada. O time tem que voltar às atenções para a próxima partida, contra o Coritiba, na quarta-feira e retornar a vencer na competição.
“Não podemos nos abater, fomos melhores na partida, mas infelizmente saímos derrotados. Quarta-feira tem um novo jogo e vamos com tudo para vencer o Coritiba’, falou o camisa 6.

Mesmo com tropeços, matemáticos apontam ainda larga vantagem celeste

Gordura de pontos acumulada ainda não foi queimada pelo líder do Brasileirão, que tem contado com a ajuda dos concorrentes para continuar tranquilo na ponta.


O Cruzeiro lidera o Campeonato Brasileiro desde a sexta rodada. Ao término da 23ª, tem 49 pontos, com um aproveitamento de 71%. Nas últimas cinco rodadas, entretanto, o percentual de pontos conquistados caiu para 46,67%, já que ganhou dois jogos, empatou um e perdeu outros dois - o último o clássico para o Atlético-MG (confira os melhores momentos da partida no vídeo ao lado)a Raposa continua com uma folga de sete pontos sobre o vice-líder São Paulo. A gordura acumulada na excelente campanha do primeiro turno ainda não foi queimada, já que o Tricolor foi derrotado nas duas últimas partidas e perdeu a chance de colar no líder, após ter vencido o confronto direto, por 2 a 0, semana passada, no Morumbi.
 
O fato é que, a cada rodada desperdiçada pelos concorrentes, o Cruzeiro vai aumentando as chances de ser campeão. Ainda faltam 15 jogos para o fim do Brasileirão. Segundo o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, a Raposa tem 70,6% de chances de ser campeão, contra 10,1% do São Paulo, 9,5% do Internacional e 4,2% do Corinthians. 
Os sites Infobola e Chance de Gol também vão na mesma linha. O primeiro aponta a equipe do técnico Marcelo Oliveira com 72% de chances de ser campeão, contra 11% do São Paulo. Internacional (9%), Corinthians (3%), Grêmio e Atlético-MG (2% cada), além do Fluminense com 1% de chance vêm logo em seguida. 
O segundo é o que aponta o Cruzeiro como grande favorita. A Raposa tem 95% de probabilidade de ser campeão, contra apenas 2,1% do vice-líder São Paulo. O Internacional tem 1,6%, segundo os matemáticos. Os demais times, que estão perto dos líderes, tem menos de 1% de chance.
Nada de lamentos 
O volante Lucas Silva acredita que o revés no clássico não terá importância na sequência do Campeonato Brasileiro.
 
- A derrota de hoje (domingo) não muda nada. O São Paulo perdeu e continuamos o trabalho sério aqui no Cruzeiro.
Egídio tem opinião semelhante e ressalta que o Cruzeiro permanece folga na ponta da competição.
 
- É ruim perder um clássico, mas tenho certeza que nosso grupo não vai se abater. O Cruzeiro continua líder.
 
O Cruzeiro agora sai para duas partidas fora de casa, contra Coritiba, quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Couto Pereira, e diante do Sport, sábado. O São Paulo terá mais duas chances para tentar encostar na Raposa, já que vai receber Flamengo e Fluminense, no Morumbi.
 
Confira baixo os próximos cinco jogos dos principais concorrentes ao título brasileiro:
 
Cruzeiro
(F) Coritiba
(F) Sport
(C) Internacional
(C) Corinthians
(F) Flamengo
 
São Paulo
(C) Flamengo
(C) Fluminense
(F) Grêmio
(C) Atlético-PR
(F) Atlético-MG
 
Internacional
(C) Criciúma
(C) Coritiba
(F) Cruzeiro
(F) Chapecoense
(C) Fluminense
 
Corinthians
(F) Figueirense
(F) Atlético-PR
(C) Sport
(F) Cruzeiro
(F) Botafogo
FONTE: GLOBO ESPORTE

terça-feira, 16 de setembro de 2014

"Carne e unha", Alisson e Lucas Silva dividem sonho olímpico para 2016

Amigos e companheiros no Cruzeiro desde 2007, meia-atacante e volante usam entrosamento no clube para garantir lugar na seleção dos Jogos Rio 2016.


Carne e unha, alma gêmea, a metade da laranja. É trecho de música romântica, quase brega, mas bem que poderia ser a trilha sonora de uma dupla da equipe sub-21 do Brasil. Amigos, companheiros de Cruzeiro e de seleção olímpica, Lucas Silva e Alisson estão juntos há sete anos. Dividem quarto na concentração e sonhos. Têm planos de acumular títulos no Brasil, algo que já começaram a fazer, e de ganhar o ouro em 2016, no Rio.
É uma dupla afinada. No campo, no discurso e na preferência musical. Nas horas vagas, os sucessos sertanejos de Jorge e Mateus e Gustavo Lima ajudam a relaxar. Na passagem por Doha, no Catar, onde disputam amistosos preparatórios para os Jogos Olímpicos, o volante e o meia-atacante reforçam a amizade e esperam em pouco tempo formar uma daquelas duplas marcantes, como Diego e Robinho e Ganso e Neymar.

- Quem sabe eu e Alisson possamos fazer história? – disse Lucas Silva.

- Nosso maior sonho é jogar as Olimpíadas. Vimos a Copa do Mundo no Brasil e pensamos: será que vamos disputar algo tão grande assim? Olimpíadas também. É a única medalha que o Brasil não tem – afirmou Alisson.

A reportagem do GloboEsporte.com conversou com a dupla e constatou: são amigos de verdade. Mas há algo que os transforma em concorrentes:

- Escreve aí que eu ganho dele no videogame (risos) – brincou Lucas.

Confira a íntegra da entrevista:
Como começou essa parceria?

Lucas: A gente se conheceu em 2007, chegamos praticamente juntos no Cruzeiro, no pré-infantil. Nos tornamos grandes amigos, Alisson é praticamente um irmão. Sempre jogamos juntos, criamos amizade dentro e fora de campo.

Com o passar do tempo, conhecemos família, conheci a esposa do Alisson, outros amigos. Cada vez mais fomos fortalecendo essa amizade.
E costumam sair juntos nas horas de folga?

Lucas: Sim. Como chegamos em Belo Horizonte e não tínhamos muitos amigos, no meu caso saindo de outro estado, eu sou de Goiás, levamos a amizade para fora de campo. Sempre que vamos fazer algo diferente convidamos, fazemos churrasco, nos encontramos fora de campo.
Jogaram na base juntos, estão no time profissional, chegaram na seleção. Como é dividir isso?
Alisson: Foi muito bacana começarmos juntos na base. A gente só crescendo. O Lucas subiu primeiro para o profissional do Cruzeiro, depois fui chegando, foi mais fácil para me adaptar. Foi tranquilo pela amizade da base. Agora, sendo convocados quase todas as vezes juntos, as coisas estão acontecendo para nós. Conseguimos conquistar o Torneio de Toulon juntos. A cada dia vamos ficando unidos, e as coisas acontecem.
No clube e aqui um dá suporte ao outro?
Lucas: É exatamente assim. No Cruzeiro, subi primeiro. Por já ter entrosamento rápido com o grupo, facilitou a chegada do Alisson para o profissional, ele se ambientou mais rápido. Logo depois, fomos chamando um ao outro, dando dicas. Nos conhecemos muito bem, sabemos o perfil. É um levando o outro para uma coisa boa.
Alisson: Quando não era relacionado, ele chegava, conversava comigo. O auxiliar pedia para ele conversar comigo pela nossa amizade. Sempre me apoiou. Até que a chance começou a acontecer naturalmente lá também.
Vocês são jovens, mas já viram algumas duplas marcantes na história recente, como Diego e Robinho, Neymar e Ganso. Jogadores que desde a base estavam juntos e foram crescendo, chegaram à Seleção. Falam sobre isso? Pensam nisso?
Alisson: Com certeza. Nosso maior sonho é jogar as Olimpíadas. Vimos a Copa do Mundo no Brasil e pensamos: será que vamos disputar algo tão grande assim? Olimpíadas também. É a única medalha que o Brasil não tem. Estamos ansiosos, trabalhando no clube e na seleção para que na convocação final sejamos lembrados.
Acha que essa parceria pode ir além de seleção de base, Lucas?
Lucas: Claro. Não tinha parado para pensar nessa dupla que ficaram marcadas. Quem sabe eu e Alisson possamos fazer história? Não só nós dois, mas no Cruzeiro temos amigos da base que subiram. Espero levar essa amizade por longos anos, a carreira de futebol é curta, que depois vingue cada vez mais essa amizade fora. O Alisson é um cara muito bacana, pretendo preservar essa amizade por muito tempo.  
Os estilos se complementam, né? Lucas é o cara que lança, Alisson joga pelos lados, jogador velocidade...
Alisson: A gente fica até brincando que ele já abaixa a cabeça e sabe em que lugar vou estar. Fica mais fácil jogar com ele, a facilidade que ele tem de me achar no campo. A gente fica brincando com os outros meninos sobre isso.
Lucas: É muito tempo de treinamento, a gente se conhece bem. Sempre que recebo a bola só de olhar já vejo como ele quer o passe, se vai partir para receber. Isso cada vez mais vamos aprimorando.
A relação é perfeita ou vocês brigam também?
Lucas: Claro! (risos). Já tivemos discussões. Mas acaba ali, resolvemos na hora, e a amizade prevalece.
Como definiria o Alisson com jogador e como pessoa, Lucas?
Lucas: Como jogador, muito elétrico (risos). É ligado, quer a bola o tempo todo, rápido com a bola, habilidoso. É o estilo dele. Fora de campo, é tranquilo, na dele, bem família. Simples e humilde.
É falante?
É também. Depois que pega liberdade... Pegou liberdade ele se solta.
E você, Alisson. Como define o Lucas?
Alisson: Dentro de campo tem muita qualidade, poucos têm o estilo de jogo dele. Acha você facilmente dentro de campo. Tinha dificuldade de marcar, mas aprendeu muito rápido. Se tornou um jogador completo. É espetacular ele jogando. Fora de campo, tranquilo, na dele, te apoia, está pronto para ouvir, dar ideias. Você pode contar com ele nos momentos bons e nos difíceis. Grande amigo, que quero levar para o resto da vida.
Mas vocês têm que apontar defeitos também. Dividem quarto, alguém deve roncar...
Lucas: Ele fala dormindo (risos). Aqui mesmo no Catar, por causa do fuso, não estava com sono, ele dormiu rápido. No outro dia, brinquei com ele. À noite, começou a falar, falou alto e não parava. Fiquei até assustado com medo de vir pra cima de mim, me bater (risos). Roncar eu nunca ouvi, mas costuma falar.
Alisson: Lucas quer dormir toda hora. À tarde, vou começar a falar ele está dormindo. Não é possível (risos). Responde e do nada dorme de novo. Não tem condições.
E como é estar nesse Cruzeiro que ganhou o Brasileiro do ano passado e já disparou esse ano?
Lucas: Está sendo um momento maravilhoso, principalmente nós jogadores jovens, elenco forte, grandes jogadores. E com oportunidade de jogar. Para mim, está sendo um momento mágico, que tento aproveitar da melhor maneira em experiência, maturidade. Futebol tudo passa muito rápido, você tem que aproveitar o momento mesmo.
Fica tudo mais fácil?
Alisson: Com certeza. Jogadores experientes, como o Tinga, que é um paizão, que a gente ama. Ele orienta. O Marcelo (Oliveira) vai mesclando mais jovens e mais experientes. Eles ensinam, a gente também passa algumas coisas. A gente fica feliz, desde a base existe esse sonho. Conquistamos o Mineiro, o Brasileiro do ano passado. Somos privilegiados por fazer parte do grupo e por estar num clube de estrutura, com tudo que tem lá.
Pensei em perguntar o que vocês gostam de ouvir. Lucas e Alisson daria um bom nome de música sertaneja. Gostam?
Lucas: Muito! Sempre o Alisson gosta de carregar caixa de som e dou as dicas para ele das músicas sertanejas. Minha preferência é por música sertaneja. E aí sempre a gente coloca antes do jogo, para dar uma relaxada na tensão. A gente curte.
O que ouvem juntos?
Alisson: Jorge e Mateus, Gustavo Lima. É o ritmo que embala a dupla.
Lucas: E para mudar, um pouco de pagode, um gospel.
E quem é a primeira voz?
Alisson: Aí fica mais para cantar no chuveiro. Mas não é nosso forte (gargalhadas). 
Lucas: Eu não arrisco não (risos).
FONTE: GLOBO ESPORTE